CRUZADOR "ALMIRANTE REIS"
Nível de descrição
Fundo
Código de referência
PT/BCM-AH/118
Tipo de título
Formal
Título
CRUZADOR "ALMIRANTE REIS"
Título paralelo
EX- CRUZADOR D. CARLOS I"
Datas de produção
1898-02-02
a
1924-02-02
Dimensão e suporte
U.I.(105 Livros); folhas, papel
Entidade detentora
Biblioteca Central de Marinha - Arquivo Histórico
Produtor
Cruzador "Almirante Reis"
História administrativa/biográfica/familiar
O maior e um dos mais importantes cruzadores da história da Marinha Portuguesa chegou a Lisboa em meados de 1899. Proveniente do estaleiro britânico de Elswick, pertencente à firma Armstrong de Newcastle-on-Tyne, era considerado tecnologicamente desenvolvido no início do séc. XX. À sua chegada à capital portuguesa foi batizado com o nome do recém-coroado D. Carlos I, todavia, após a instauração da Primeira República Portuguesa em 1910 o navio foi rebatizado, passando a designar-se cruzador «Almirante Reis»».No que diz respeito à sua construção, o processo teve início com a abertura de concurso público em 1896, destinado à execução do projeto. Pouco tempo depois, foi firmado um contrato com a empresa Armstrong de Newcastle-on-Tyne, logo a embarcação seria edificado nos estaleiros de Elswick, localizado na cidade inglesa de Newcastle. Contudo, a sua edificação foi adiada devido a uma greve de trabalhadores da referida empresa, a qual teve a duração de dois anos, terminando apenas em 1898. A partir de maio desse mesmo ano, quando foi lançado ao mar pela primeira vez, iniciaram-se os ensaios em meio aquático, seguidos da avaliação da capacidade elétrica, bem como os testes de velocidade, de funcionamento das caldeiras e do motor. Esta embarcação recebeu a designação de cruzador devido à sua notável velocidade, à potência da artilharia que possuía e à sua significativa autossuficiência. O dia 8 de julho de 1899, assinalou o dia em que o navio, inteiramente construído em aço, chegou em Lisboa, com a guarnição completa — um total inicial de 409 homens, número que ao longos dos anos viria a oscilar, atingido, em determinado momento, 473 tripulantes. Entre estes contavam-se o comandante, tenentes, sargentos, cabos, um médico e um comissário. Nesta fase, o cruzador encontrava-se completamente equipado, a sua artilharia era das mais modernas da época e apresentava uma capacidade de carga de cerca de 4000 toneladas, destacando ainda as dimensões imponentes da sua estrutura.Desde a sua chegada à capital portuguesa, o cruzador “D. Carlos I” esteve envolvido em diversas missões de carácter diplomático, entre as quais se destacam a sua presença nas cerimónias fúnebres da rainha Vitória, em 1901, e, no ano seguinte, na coroação de Eduardo VII, novo rei de Inglaterra.Após a implantação da República, em 1910, mudou de nome para «Almirante Reis» e o cruzador voltou a ter uma certa relevância, sobretudo durante a Primeira Guerra Mundial, desempenhando missões de escolta de navios nacionais que navegavam em direção aos territórios coloniais, num contexto internacional marcado por uma realidade bélica.Em fevereiro de 1918, a embarcação recebeu ordens de desarmamento. O seu estado de degradação e elevados custos de reparação impediram a sua recuperação. Por fim, no início de 1925, o navio foi abatido pela Armada e adquirido por uma empresa holandesa, sendo posteriormente levada para os Países Baixos, onde foi desmantelado e suas peças reaproveitadas. Assim termina a curta vida, mas notável existência do que foi, à época, o maior cruzador da Marinha Portuguesa.
História custodial e arquivística
O Decreto-lei n.º 42840, de 10 de Fevereiro de 1960, criou o Arquivo Geral da Marinha, que substituiu o antigo Arquivo da Marinha. Pelo artigo 3º do referido Decreto-lei, o Arquivo Geral da Marinha é constituído por um Arquivo Central, um Arquivo Histórico, uma Biblioteca e uma secretaria, dispondo de um conselho administrativo. O Decreto-Lei n.º 49/93, de 26/02, aprova a nova Lei Orgânica da Marinha (LOMAR) e altera a estrutura existente. O Decreto Regulamentar nº 35/94, de 01/09 define as competências e Organização dos Órgãos da Marinha de Natureza Cultural, passa o Arquivo Central da Marinha para a dependência orgânica da Biblioteca Central da Marinha, incluindo um Arquivo Central e um Arquivo Histórico) e a Declaração de Retificação nº 213/94, de 30/11 (Marinha) retifica o Dec. Reg. Nº 35/94, extinguindo o Arquivo Geral da Marinha.Por sua vez, A Lei Orgânica da Marinha publicada em 2009 (Decreto-lei 233/2009, de 14 de Setembro) coloca o Arquivo Central na dependência da Superintendência dos Serviços de Tecnologias da Informação, com a denominação de Centro de Documentação, Informação e Arquivo Central da Marinha, continuando o Arquivo Histórico na dependência da Biblioteca Central da Marinha. A documentação foi transferida para o Arquivo Geral da Marinha e incorporada, em 2007, no Arquivo Histórico.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Transferência Arquivo Intermédio
Âmbito e conteúdo
Constituído por documentação produzida pelo navio no cumprimento das suas missões, nomeadamente o: Diários Náuticos um livro de registo diário, com várias informações relevantes que nos permitem saber: a localização do navio — a latitude e a longitude, a velocidade do navio, direção e força do vento, a precipitação e tempestades, estado do mar, direção e a velocidade da corrente, quando existia instrumentação adequada era também registado a pressão atmosférica e temperatura; Registo dos Serviço Fundeado, Contém o livro de registo do serviço diário, aquando do navio fundeado, onde são registadas as informações meteorológicas, situações relacionadas com o navio, a guarnição e as rondas; Mapas do Estado da Guarnição, onde consta os mapas do estado actual da guarnição que identifica o navio, o comandante, as classes de oficiais e o número de elementos por classe, o Corpo de Marinheiros e a respectiva situação: prontos, destacados, licenciados, ausentes, doentes e presos; Livro de Registo de Visita à Enfermaria, onde consta o registo dos nomes dos doentes, as moléstias e a sua marcha, as dietas, os remédios e prescrições e as datas de saída.
Ingressos adicionais
Fundo Fechado
Sistema de organização
Por Séries temáticas e Ordem cronológica.
Condições de acesso
Acessível
Condições de reprodução
As previstas no regulamento Interno.
Idioma e escrita
Português
Instrumentos de pesquisa
Índices.
Unidades de descrição relacionadas
Fotografias Gerais Navios Antigos; Fotografias Avulsas - Caixa 308.
Notas
O Índice deste Fundo contempla 118 Unidades de Instalação, no entanto existe a falta de 13 Unidades de Instalação (2 livros de Registo Clínico; 1 livro de visita médica; 6 Diários de máquinas; 1 livro de Registo do Serviço de Diário Fundeado; 1 Livro de Registo de Máquina Fundeado; 1 Livro de talões de entrega; 1 Planos formas e curvas de estabilidade).