CHARRUA "PRINCESA REAL"

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CHARRUA "PRINCESA REAL"

Detalhes do registo

Informação não tratada arquivisticamente.

Nível de descrição

Secção   Secção

Código de referência

PT/BCM-AH/NA /049

Tipo de título

Atribuído

Título

CHARRUA "PRINCESA REAL"

Datas de produção

1822  a  1847 

Dimensão e suporte

32 livros e 1 caderno; papel.

Produtor

Charrua "Princesa Real".

História administrativa/biográfica/familiar

Foi construída no Pará em 1797 por Manuel José da Silva (Galinha) e armou com 24 peças. O navio era de marcha regular, virava bem por davante, barlaventava bem e estava bem alastrado.As suas principais características eram: comprimento - 41.15 m; boca - 10.06 m; pontal - 7.50 m. A lotação, em 1802, era de 144 homens.O navio chegou a Lisboa em Janeiro de 1801. Em Março do ano seguinte, a charrua zarpou para o Brasil e Angola com escala por Cabo Verde. Terminada a missão regressou, em 7 de Julho de 1803. Em Julho de 1805, entrou em Gibraltar com mantimentos e sobressalentes para os navios da Esquadra do Estreito. Terminada a descarga, largou em Agosto de regresso a Lisboa. Em 1806, a charrua transportou madeira de Pernambuco para Lisboa; conduziu a Tripoli o Consul Português Bernardo Mac Donough e mantimentos para a Esquadra do Estreito e ainda desempenhou comissão no Brasil.Em 1813, zarpou para o Pará, com escala por Cabo Verde, com a missão de transportar madeira para o reino. No ano seguinte, saiu para o Rio de Janeiro com a missão de tocar na ilha Terceira para receber colonos para o Brasil. Em 1816, partiu para a Índia com escala pelo Rio de Janeiro, levando a seu bordo o Governador e Vice-rei da Índia, o Tenente-general D. Diogo de Sousa, 1º Conde de Rio Pardo. A charrua regressou à Baía ainda nesse ano. Desde 1817 até 1820 a charrua largou, por duas vezes, do Rio de Janeiro para a Índia como nau de viagem. Em Abril de 1821, navegou do Rio de Janeiro a Lisboa, incluída na esquadra do Chefe-de-divisão D. João Manuel de Meneses, 1º Conde de Viana, que conduzia D. João IV de regresso a Portugal. No ano seguinte, integrou a expedição do Chefe-de-divisão Francisco Maximiliano de Sousa e a expedição ao Brasil do Chefe-de-divisão João Félix Pereira de Campos. Em Abril de 1823, cruzou o mar da Baía incluída na esquadra de Pereira de Campos e tomou parte activa no reencontro naval de 4 de Maio contra as forças de D. Pedro chefiadas por Cochrane. Em Julho de 1823, partiu da Baía para o reino incluída na esquadra de Pereira de Campos. Em Outubro de 1823, integrou a força do Capitão-de-fragata Miguel Gil de Noronha. Em 1824, conduziu passageiros ilustres e diverso material para Moçambique, ainda nesse ano regressou ao reino com passageiros ilustres. Em 1825, navegou para Angola com escala por Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe e conduziu o Governador de Benguela além de outros passageiros, degredados e carga. Em 1827, zarpou de Lisboa para a Índia com escala pelo Funchal e conduziu o novo Governador e Capitão-general da Madeira além de vários desembargadores. A charrua largou de regresso ao reino em Janeiro de 1828, conduzindo o deputado Bernardo Peres da Silva. Em 1829, saiu para a Índia com escala por Cabo Verde e Moçambique, conduzindo passageiros e degredados. Depois, em 1830, regressou ao reino, conduzindo ilustres passageiros e transportando, para Sua Majestade, dois tigres, quatro búfalos e outros animais. Em 1831, navegou para ficar na Madeira, sob as ordens do Governador e Capitão-general. Desde 1832 até 1834 zarpou, por duas vezes, de Lisboa para a Índia como nau de viagem. A charrua zarpou de regressou ao reino em Março de 1836, conduzindo o Vice-rei D. Manuel de Portugal e Castro. Durante a viagem, devido aos temporais de NW, foi abrigada a arribar em Moçambique. Em Maio de 1840, largou para a Índia como navio-chefe da charrua "Magnânimo" com a missão de transportar para a Índia o batalhão expedicionário de Goa, Lisboa e Madeira. Em 1843, conduziu tropa para os Açores e o Governador-geral de Angola Lourenço Germack Possolo para Angola e na conserva o navio "Príncipe Real" que se destinava a hospital flutuante em Luanda. Desde 1844 até 1845, conduziu recrutas para a Madeira e passageiros e degredados para Angola. Em 1846, o navio destinava-se a depósito de presos. Depois, em 1852, a charrua achava-se em frente da Baía de Santos. Foi vendida em 1853.

História custodial e arquivística

Apesar da Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar ter sido criada pelo Alvará de 28 de Julho de 1736, as origens do Arquivo remontam apenas ao ano de 1843, quando o Decreto de 15 de Fevereiro reorganiza a referida Secretaria de Estado, estabelecendo no seu art.º 11º, um arquivo a cargo de oficial ou amanuense. Porém, as reformas frequentes que, a partir do constitucionalismo remodelaram o Ministério, a incorporação de fundos na Biblioteca Nacional (1897), a desanexação do Ministério das Colónias levou a que a documentação de alguns dos fundos da Marinha tivesse ficado dispersa em diferentes organismos, nomeadamente no Arquivo Histórico Ultramarino (originalmente chamado Arquivo Histórico Colonial), e só na década de sessenta do século XX (após a criação do Arquivo Geral da Marinha), se conseguiu que parte dela voltasse à Marinha, onde foi incorporada no seu Arquivo Histórico.O Decreto-lei n.º 42840, de 10 de Fevereiro de 1960, o Arquivo Geral da Marinha, que substituiu o antigo Arquivo da Marinha. Pelo artigo 3º do referido Decreto-lei, o Arquivo Geral da Marinha é constituído por um Arquivo Central, um Arquivo Histórico, uma Biblioteca e uma secretaria, dispondo de um conselho administrativo. O Decreto-Lei n.º 49/93, de 26/02, aprova a nova Lei Orgânica da Marinha (LOMAR) e altera a estrutura existente. O Decreto Regulamentar nº 35/94, de 01/09 define as competências e Organização dos Órgãos da Marinha de Natureza Cultural, passa o Arquivo Central da Marinha para a dependência orgânica da Biblioteca Central da Marinha, incluindo um Arquivo Central e um Arquivo Histórico) e a Declaração de Retificação nº 213/94, de 30/11 (Marinha) retifica o Dec. Reg. Nº 35/94, extinguindo o Arquivo Geral da Marinha.Por sua vez, A Lei Orgânica da Marinha publicada em 2009 (Decreto-lei 233/2009, de 14 de Setembro) coloca o Arquivo Central na dependência da Superintendência dos Serviços de Tecnologias da Informação, com a denominação de Centro de Documentação, Informação e Arquivo Central da Marinha, continuando o Arquivo Histórico na dependência da Biblioteca Central da Marinha.

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Transferência.

Âmbito e conteúdo

Constituido por documentação produzida pelo navio no cumprimento das suas missões, nomeadamente o: Caderno de Registo de Alardo, em que estão registados os números e nomes dos homens que compõem a guarnição, e pelo qual é feita a sua chamada quando necessário ou conveniente; Livro de Registo de Derrotas, onde consta a informação que os Guarda-marinhas, Aspirantes e Cadetes escrituram acerca da navegação que, dia a dia, vão fazendo nas suas viagens de instrução; Livro de Registo de Ofícios, em que consta o registo dos ofícios transmitidos; Livro de Registo de Ordens, onde consta o registo das ordens; Livro de Registo de Ordens Recebidas - Livro de Registo de Ordens do Comandante, onde consta o registo das ordens recebidas e as ordens do comandante; Livro de Registo de Partes - Mapas do Estado Actual da Guarnição, onde constam os mapas do estado actual da guarnição que identifica o navio, o comandante, as classes de oficiais e o número de elementos por classe, o Corpo de Marinheiros e a respectiva situação: prontos, destacados, licenciados, ausentes, doentes e presos; Livro de Registo de Quartos, onde consta o registo de quaisquer elementos que interessem à navegação que vai decorrendo, tais como - rumos, milhas andadas por hora, condições de tempo, faróis, navios ou terra à vista, etc, elaborado pelo oficial de quarto; Livro de Registo de Quartos - Livro de Registo de Ordens Gerais, onde consta o registo de quaisquer elementos que interessem à navegação que vai decorrendo, tais como - rumos, milhas andadas por hora, condições de tempo, faróis, navios ou terra à vista, etc, elaborado pelo oficial de quarto e o livro onde se encontram registadas as ordens gerais.

Ingressos adicionais

Fundo fechado.

Sistema de organização

Ordenação cronológica, por séries.

Condições de acesso

Acessível.

Condições de reprodução

Constantes no Regulamento Interno que prevê algumas restrições tendo em conta o tipo de documentos, o seu estado de conservação ou o fim a que se destina a reprodução.

Idioma e escrita

Português.

Instrumentos de pesquisa

Índices.

Notas de publicação

Referência bibliográficaTrês Séculos no Mar, Dicionário da Linguagem de Marinha Antiga e Actual.