CHARRUA "MAIA E CARDOSO"

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CHARRUA "MAIA E CARDOSO"

Detalhes do registo

Informação não tratada arquivisticamente.

Nível de descrição

Secção   Secção

Código de referência

PT/BCM-AH/NA /045

Tipo de título

Atribuído

Título

CHARRUA "MAIA E CARDOSO"

Datas de produção

1823  a  1838 

Dimensão e suporte

17 livros; papel.

Produtor

Charrua "Maia e Cardoso".

História administrativa/biográfica/familiar

Foi construída em Bengala, em 1820, e oferecida ao Estado em 1822. Teve primeiro o nome de "Dois Offerentes", e mudou de nome para "Maia e Cardoso" conforme Comunicação de 8 de Outubro de 1822, de Inácio da Costa Quintela. A lotação, aprovada em 1842, era de 170 homens. Era considerado um navio ronceiro e de mau governo. Em fins de Abril de 1833, passou a ser a fragata "Martim de Freitas". Em 24 de Julho de 1833, passou a denominar-se fragata "Cinco de Julho". Em 4 de Fevereiro de 1835, Henrique Nunes Cardoso herdeiro de Fernando Cardoso Maia, pediu que a charrua voltasse a denominar-se novamente "Maia Cardoso" e as autoridades anuiram.Em 1822 partiu de Lisboa para Angola integrada numa expedição constituída por 3 navios. Em 1824 levantou ferro para a a Índia como nau de viagem, durante a travessia o navio sofreu avarias que o levou a regressar a Lisboa. No mesmo ano, largou novamente para a Índia. Em 1828, embarcaram 252 prisioneiros a bordo. Em 1829, largou para os Açores e entrou no ataque à Vila da Praia. Em 1830 partiu para Angola. Em 1831 navegou para a Índia como nau de viagem, durante a travessia sofreu avarias e atirou-se ao mar o contramestre num acesso de loucura. Em 1833 navegou nas águas do Algarve incluída na esquadra miguelista. Bateu-se com valentia no combate de 5 de Julho contra as forças liberais ao largo do cabo de S. Vicente, mas sofreu avarias e faleceram 14 homens e ficaram 25 feridos. Em 1835 navegou para a Índia como nau de viagem. Quando chegou a Goa ficou sob vela, por não saber o estado político de Goa, devido a uma revolta militar. Depois do Presidente do Governo entrar a bordo e garantir que o Governo Provisório era em nome da Rainha D. Maria II, o navio, ancorou em Mormugão. Um violento temporal denominado por cordoada de S. Francisco provocou avarias na charrua ancorada. Em Março, largou de Goa para o reino com muita carga. Na travessia sofreu avarias e só chegou a Lisboa em Junho de 1838. Em 27 de Maio de 1854, foi vendida por três contos a Vicente Grimar.

História custodial e arquivística

Apesar da Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar ter sido criada pelo Alvará de 28 de Julho de 1736, as origens do Arquivo remontam apenas ao ano de 1843, quando o Decreto de 15 de Fevereiro reorganiza a referida Secretaria de Estado, estabelecendo no seu art.º 11º, um arquivo a cargo de oficial ou amanuense. Porém, as reformas frequentes que, a partir do constitucionalismo remodelaram o Ministério, a incorporação de fundos na Biblioteca Nacional (1897), a desanexação do Ministério das Colónias levou a que a documentação de alguns dos fundos da Marinha tivesse ficado dispersa em diferentes organismos, nomeadamente no Arquivo Histórico Ultramarino (originalmente chamado Arquivo Histórico Colonial), e só na década de sessenta do século XX (após a criação do Arquivo Geral da Marinha), se conseguiu que parte dela voltasse à Marinha, onde foi incorporada no seu Arquivo Histórico.O Decreto-lei n.º 42840, de 10 de Fevereiro de 1960, o Arquivo Geral da Marinha, que substituiu o antigo Arquivo da Marinha. Pelo artigo 3º do referido Decreto-lei, o Arquivo Geral da Marinha é constituído por um Arquivo Central, um Arquivo Histórico, uma Biblioteca e uma secretaria, dispondo de um conselho administrativo. O Decreto-Lei n.º 49/93, de 26/02, aprova a nova Lei Orgânica da Marinha (LOMAR) e altera a estrutura existente. O Decreto Regulamentar nº 35/94, de 01/09 define as competências e Organização dos Órgãos da Marinha de Natureza Cultural, passa o Arquivo Central da Marinha para a dependência orgânica da Biblioteca Central da Marinha, incluindo um Arquivo Central e um Arquivo Histórico) e a Declaração de Retificação nº 213/94, de 30/11 (Marinha) retifica o Dec. Reg. Nº 35/94, extinguindo o Arquivo Geral da Marinha.Por sua vez, A Lei Orgânica da Marinha publicada em 2009 (Decreto-lei 233/2009, de 14 de Setembro) coloca o Arquivo Central na dependência da Superintendência dos Serviços de Tecnologias da Informação, com a denominação de Centro de Documentação, Informação e Arquivo Central da Marinha, continuando o Arquivo Histórico na dependência da Biblioteca Central da Marinha.

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Transferência.

Âmbito e conteúdo

Constituido por documentação produzida pelo navio no cumprimento das suas missões, nomeadamente o: Livro de Registo de Quartos, onde consta o registo de quaisquer elementos que interessem à navegação que vai decorrendo, tais como - rumos, milhas andadas por hora, condições de tempo, faróis, navios ou terra à vista, etc, elaborado pelo oficial de quarto; Livro de Registo de Quartos - Livro de Registo de Ordens, onde são registados pelo Oficial de Quarto quaisquer elementos que interessem à navegação que vai decorrendo, tais como - rumos, milhas andadas por hora, condições de tempo, faróis, navios ou terra à vista, etc e livro onde se encontram registadas as ordens; Diário Náutico, livro onde consta o registo de tudo quanto interessa à navegação, como - rumos, caminhos percorridos, terras ou faróis avistados ou à vista, estado do tempo, temperaturas, pressões barométricas e todas as ocorrências passadas, tanto a bordo como no mar, à vista do navio, elaborado pelo oficial de quarto; Livro de Registo de Ordens - Registo de Comunicação Oficial em Moçambique, livro onde estão registadas as Ordens Gerais e Particulares a bordo da Charrua Maia e Cardoso e a Comunicação Oficial do Comandante do navio Capitão-de-Fragata Joaquim Epifânio de Vasconcelos, dirigida ao Presidente e mais membros do Governo Provisório de Moçambique; Livro de Registo de Partes - Mapas do Estado Actual da Guarnição, onde constam os mapas do estado actual da guarnição que identifica o navio, o comandante, as classes de oficiais e o número de elementos por classe, o Corpo de Marinheiros e a respectiva situação: prontos, destacados, licenciados, ausentes, doentes e presos; livro onde estão registados os ofícios e comunicações oficiais recebidas e transmitidas; e o livro onde estão registados os ofícios e mais documentos pertencentes ao Conselho de Investigação.

Ingressos adicionais

Fundo fechado.

Sistema de organização

Ordenação cronológica, por séries.

Condições de acesso

Acessível.

Condições de reprodução

Constantes no Regulamento Interno que prevê algumas restrições tendo em conta o tipo de documentos, o seu estado de conservação ou o fim a que se destina a reprodução.

Idioma e escrita

Português.

Instrumentos de pesquisa

Índices.

Notas de publicação

Referência bibliográficaTrês Séculos no Mar, Dicionário da Linguagem de Marinha Antiga e Actual.