BERGANTIM "AUDAZ"
Informação não tratada arquivisticamente.
Nível de descrição
Secção
Código de referência
PT/BCM-AH/NA /011
Tipo de título
Atribuído
Título
BERGANTIM "AUDAZ"
Datas de produção
1821
a
1851
Dimensão e suporte
30 u.i. (30 livros); papel.
Produtor
Bergantim "Audaz".
História administrativa/biográfica/familiar
Foi construído na Baía por José da Costa Carvalho, sendo lançado à água em 1816. O Capitão do bergantim, João da Costa Carvalho, ofereceu-o ao Estado.As principais características do navio eram: lotação - 134 homens, o máximo andar do navio, a um largo, de 10 para 9 quartas, era de 8 nós; à popa 7 e à bolina 4; portava pouco pelos cabos e enterrava muito o gurupés ao mais pequeno mar de proa; o leme dava grandes pancadas. Em 1819, desempenhou várias comissões no Brasil, e efectou um cruzeiro na costa contra piratas. Em 1820, largou a cruzar na ilhas. Em 30 de Setembro de 1821, passou toda a guarnição para a fragata "Calipso", para se reparar o bergantim "Audaz". Em 1821 largou, por várias vezes, a cruzar a costa contra os corsários e deu comboio ao iate "Santo António". Em 1822, largou para a Baía. Em Novembro de 1822, achou-se integrado na Esquadra de Pereira de Campos. Entrou no recontro naval contra a Esquadra de D. Pedro em 4 de Maio de 1823. Em 1824, o navio foi emprestado aos ingleses, sendo devolvido em 14 de Julho de 1828. Em 1831, largou para a Estação na ilha da Madeira. Em 3 de Agosto de 1832, saíu incluído na esquadra miguelista do Chefe de Esquadra João Félix Pereira de Campos; bateu-se a 13 de Fevereiro. Em 10 de Setembro de 1832, largou para o norte incluído na esquadra do Chefe de Esquadra João Félix Pereira de Campos. O bergantim entrou no combate de 10 de Outubro. Em 1 de Julho de 1833, zarpou incluído na esquadra do Chefe de Esquadra António Manuel Torres de Aboim, para o Algarve, em demanda da esquadra liberal de C. Napier. A 5 de julho, entrou na batalha naval junto ao cabo de S. Vicente. Em 8 de Julho de 1833, subiu o rio Guadiana, para colaborar com as forças do Duque da Terceira. Entrou em Vila Real de Santo António a 16 de julho e ali defendeu a vila das guerrilhas miguelistas. Desde 1834 até 1836, largou do reino para Angola, por três vezes. Desde 1837 até 1838 efectuou entre outras comissões, vários cruzeiros contra negreiros. Em 1841, saíu para servir em Angola na repressão do tráfico da escravatura. Em 1843, regressou à metrópole. Em 1844, navegou em águas dos Açores e Algarve no intuito de impedir o desembarque clandestino de géneros e pessoas no litoral do Algarve. Desde 1845 até 1846 efectou serviço como correio marítimo nas ilhas e Angola. Nos dias 27 e 28 de Janeiro de 1847, recebeu os prisioneiros de Torres Vedras incluindo o Conde de Bonfim. Em 4 de Junho de 1848, conduziu o Governador de Cabo Verde, Conselheiro João de Fontes Pereira de Melo e outros passageiros. Em 1852, era navio-depósito no Tejo. Em 26 de Janeiro de 1854, foi vendido.
História custodial e arquivística
Apesar da Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar ter sido criada pelo Alvará de 28 de Julho de 1736, as origens do Arquivo remontam apenas ao ano de 1843, quando o Decreto de 15 de Fevereiro reorganiza a referida Secretaria de Estado, estabelecendo no seu art.º 11º, um arquivo a cargo de oficial ou amanuense. Porém, as reformas frequentes que, a partir do constitucionalismo remodelaram o Ministério, a incorporação de fundos na Biblioteca Nacional (1897), a desanexação do Ministério das Colónias levou a que a documentação de alguns dos fundos da Marinha tivesse ficado dispersa em diferentes organismos, nomeadamente no Arquivo Histórico Ultramarino (originalmente chamado Arquivo Histórico Colonial), e só na década de sessenta do século XX (após a criação do Arquivo Geral da Marinha), se conseguiu que parte dela voltasse à Marinha, onde foi incorporada no seu Arquivo Histórico.O Decreto-lei n.º 42840, de 10 de Fevereiro de 1960, o Arquivo Geral da Marinha, que substituiu o antigo Arquivo da Marinha. Pelo artigo 3º do referido Decreto-lei, o Arquivo Geral da Marinha é constituído por um Arquivo Central, um Arquivo Histórico, uma Biblioteca e uma secretaria, dispondo de um conselho administrativo. O Decreto-Lei n.º 49/93, de 26/02, aprova a nova Lei Orgânica da Marinha (LOMAR) e altera a estrutura existente. O Decreto Regulamentar nº 35/94, de 01/09 define as competências e Organização dos Órgãos da Marinha de Natureza Cultural, passa o Arquivo Central da Marinha para a dependência orgânica da Biblioteca Central da Marinha, incluindo um Arquivo Central e um Arquivo Histórico) e a Declaração de Retificação nº 213/94, de 30/11 (Marinha) retifica o Dec. Reg. Nº 35/94, extinguindo o Arquivo Geral da Marinha.Por sua vez, A Lei Orgânica da Marinha publicada em 2009 (Decreto-lei 233/2009, de 14 de Setembro) coloca o Arquivo Central na dependência da Superintendência dos Serviços de Tecnologias da Informação, com a denominação de Centro de Documentação, Informação e Arquivo Central da Marinha, continuando o Arquivo Histórico na dependência da Biblioteca Central da Marinha.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Transferência.
Âmbito e conteúdo
Constituido por documentação produzida pelo navio no cumprimento das suas missões, nomeadamente o: Diário Náutico, onde consta o registo de tudo quanto interessa à navegação, como - rumos, caminhos percorridos, terras ou faróis avistados ou à vista, estado do tempo, temperaturas, pressões barométricas e todas as ocorrências passadas, tanto a bordo como no mar, à vista do navio, elaborado pelo oficial de quarto; Diário Náutico de João da Costa Carvalho, Diário Náutico do Capitão-tenente e comandante do bergantim "Audaz"; Livro de Registo de Ofícios, livro onde estão registados os ofícios do bergantim "Audaz"; Livro de Registo de Partes - Mapas do Estado Actual da Guarnição, livro onde se encontram os mapas do estado actual da guarnição que identifica o navio, o comandante, as classes de oficiais e o número de elementos por classe, o Corpo de Marinheiros e a respectiva situação: prontos, destacados, licenciados, ausentes, doentes e presos.
Ingressos adicionais
Fundo fechado.
Sistema de organização
Ordenação cronológica, por séries.
Condições de acesso
Acessível.
Condições de reprodução
Constantes no Regulamento Interno que prevê algumas restrições tendo em conta o tipo de documentos, o seu estado de conservação ou o fim a que se destina a reprodução.
Idioma e escrita
Português.
Instrumentos de pesquisa
Índices.
Unidades de descrição relacionadas
Documentação avulsa: Caixa 468 ( documentação de 1820-1853 ); Diário Náutico da corveta "8 de Julho" e brigue "Audaz" ( Nº Arqº 1610) de 1842-1843; Assentamentos da corveta "Lealdade" e bergantim "Audaz" ( Nº Arqº 2060) de 1828-1835.
Notas de publicação
Referência bibliográficaTrês Séculos no Mar, Dicionário da Linguagem de Marinha Antiga e Actual.