CORVETA "SÁ DA BANDEIRA"
Informação não tratada arquivisticamente.
Nível de descrição
Secção
Código de referência
PT/BCM-AH/NA /076
Tipo de título
Atribuído
Título
CORVETA "SÁ DA BANDEIRA"
Datas de produção
1863
a
1879
Dimensão e suporte
46 livros, 1 caderno, 4 cadernos numa capa; papel.
Produtor
Corveta "Sá da Bandeira".
História administrativa/biográfica/familiar
Foi construída pelo construtor naval Conde de Linhares, sob o modelo do navio inglês "Archer". A sua construção principiou em Junho de 1859. Foi lançada à água em Janeiro de 1862. A corveta era considerada excelente como navio a vapor e má como navio de vela.As suas principais características eram: comprimento - 16.65 m; boca - 3.23 m; pontal - 2.27 m; armamento em 1873 - 10 peças; lotação em 1863 - 221 homens.Em Agosto de 1862 largou para Inglaterra, para meter máquina na East Indian Docks e chegou a Lisboa em Janeiro. Em 1863 largou para Plymouth, conduzindo o Vice-almirante Conde de Penha Firme. Cumprida a missão, largou para Tânger e Casablanca. No regresso, socorreu a fragata "D. Fernando" na costa de Portugal e partiu para o mar incluída na Divisão Naval de Reserva, em viagem de instrução. Em 1864 largou para a Estação Naval de Angola, com escala por S. Vicente, Santiago de Cabo Verde e Rio de Janeiro. Na Estação Naval de Angola, desempenhou várias missões, nomeadamente, navegou em Moçâmedes, cruzou na costa, efectou comissão ao Zaire, tocou os portos de Novo Redondo, Benguela, Moçâmedes e Equíminia. Em 1865 zarpou de Luanda de regresso à metrópole. Nesse ano, navegou incluída numa Divisão Naval para Bordéus, conduzindo o Rei, a Rainha e o Príncipe Real. Devido ao mau tempo a divisão arribou a Vigo dois dias depois, desembarcando Suas Majestades. Em 7 de Outubro, a corveta seguiu para Vigo, transportando a seu bordo as bagagens de Suas Majestades e passageiros. Em 1866 partiu de Lisboa para Gibraltar e para a Estação Naval de Macau. No ano seguinte, cruzou na costa chinesa, contra os piratas chineses e desempenhou comissão ao Sião e Timor. Em 1868 fabricou em Hong-Kong. Em Maio desse ano saiu de Hong-Kong para o Japão, levando a reboque o transporte " Príncipe D. Carlos". A missão da corveta era dar protecção aos súbditos portugueses. Em 1869, partiu em socorro de Timor e navegou de Dili para Batugadé, por duas vezes, em serviço de transporte de tropas e mantimentos. No ano seguinte, zarpou para Macau. Em 1871 regressou à metrópole. Em 1874 largou de Lisboa com destino à Estação Naval de Angola. Escalou Porto Santo, Madeira, Desertas e Praia. Desde 1875 até 1879, desempenhou várias comissões em Angola nomeadamente a Santa Helena, Moçâmedes, Ambrizete e Zaire. Em Março de 1879, largou de Luanda de regresso à metrópole. A corveta vinha atacada de formiga branca. Em Agosto de 1880, o engenheiro Conde de Linhares foi encarregado de proceder ao saneamento do navio com o intuito de extinguir o salalé e evitar que se propagasse a outros navios. Desmontou-se a máquina e retiraram-se todos os metais aproveitáveis, para se proceder à destruição da corveta. O casco foi aproveitado para uma experiência de torpedos, que ocorreu no dia 12 de Agosto de 1884. Assistiram às experiências, em Paço d' Arcos, o Rei D. Luís, o Príncipe D. Carlos e o Infante D. Augusto, com as suas comitivas.
História custodial e arquivística
Apesar da Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar ter sido criada pelo Alvará de 28 de Julho de 1736, as origens do Arquivo remontam apenas ao ano de 1843, quando o Decreto de 15 de Fevereiro reorganiza a referida Secretaria de Estado, estabelecendo no seu art.º 11º, um arquivo a cargo de oficial ou amanuense. Porém, as reformas frequentes que, a partir do constitucionalismo remodelaram o Ministério, a incorporação de fundos na Biblioteca Nacional (1897), a desanexação do Ministério das Colónias levou a que a documentação de alguns dos fundos da Marinha tivesse ficado dispersa em diferentes organismos, nomeadamente no Arquivo Histórico Ultramarino (originalmente chamado Arquivo Histórico Colonial), e só na década de sessenta do século XX (após a criação do Arquivo Geral da Marinha), se conseguiu que parte dela voltasse à Marinha, onde foi incorporada no seu Arquivo Histórico.O Decreto-lei n.º 42840, de 10 de Fevereiro de 1960, o Arquivo Geral da Marinha, que substituiu o antigo Arquivo da Marinha. Pelo artigo 3º do referido Decreto-lei, o Arquivo Geral da Marinha é constituído por um Arquivo Central, um Arquivo Histórico, uma Biblioteca e uma secretaria, dispondo de um conselho administrativo. O Decreto-Lei n.º 49/93, de 26/02, aprova a nova Lei Orgânica da Marinha (LOMAR) e altera a estrutura existente. O Decreto Regulamentar nº 35/94, de 01/09 define as competências e Organização dos Órgãos da Marinha de Natureza Cultural, passa o Arquivo Central da Marinha para a dependência orgânica da Biblioteca Central da Marinha, incluindo um Arquivo Central e um Arquivo Histórico) e a Declaração de Retificação nº 213/94, de 30/11 (Marinha) retifica o Dec. Reg. Nº 35/94, extinguindo o Arquivo Geral da Marinha.Por sua vez, A Lei Orgânica da Marinha publicada em 2009 (Decreto-lei 233/2009, de 14 de Setembro) coloca o Arquivo Central na dependência da Superintendência dos Serviços de Tecnologias da Informação, com a denominação de Centro de Documentação, Informação e Arquivo Central da Marinha, continuando o Arquivo Histórico na dependência da Biblioteca Central da Marinha.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Transferência.
Âmbito e conteúdo
Constituido por documentação produzida pelo navio no cumprimento das suas missões, nomeadamente o: Diário do Serviço de Máquinas, onde consta o registo do serviço diário da máquina nomeadamente - número de rotações, manobras das máquinas, número de caldeiras acesas, as suas pressões, consumos, existência de combustível, avarias, etc; Livro de Registo de Culpas e Castigos, onde consta o registo dos nomes dos militares, graduação, culpas e os castigos aplicados; Livro de Registo de Derrotas, escriturado pelos Guarda-marinhas, aspirantes e cadetes sobre a navegação que, dia a dia, vão fazendo nas suas viagens de instrução; Livro de Registo de Observações Sobre as Qualidades Náuticas e Militares da Corveta "Sá da Bandeira", onde consta o registo das observações sobre as qualidades náuticas e militares da Corveta "Sá da Bandeira" pelo Capitão-tenente da Armada, Domingos de Souza Rodrigues; Livro de Registo de Ofícios Expedidos, onde consta o registo dos ofícios expedidos; Livro de Registo de Ordens, onde consta o registo das ordens; Livro de Registo de Partes - Mapas do Estado Actual da Guarnição, onde constam os mapas do estado actual da guarnição que identifica o navio, o comandante, as classes de oficiais e o número de elementos por classe, o Corpo de Marinheiros e a respectiva situação: prontos, destacados, licenciados, ausentes, doentes e presos; Livro de Registo de Quartos, onde consta o registo de quaisquer elementos que interessem à navegação que vai decorrendo, tais como - rumos, milhas andadas por hora, condições de tempo, faróis, navios ou terra à vista, etc, elaborado pelo oficial de quarto.
Ingressos adicionais
Fundo fechado.
Sistema de organização
Ordenação cronológica, por séries.
Condições de acesso
Acessível.
Condições de reprodução
Constantes no Regulamento Interno que prevê algumas restrições tendo em conta o tipo de documentos, o seu estado de conservação ou o fim a que se destina a reprodução.
Idioma e escrita
Português.
Características físicas e requisitos técnicos
Folhas cortadas de 1 livro.
Instrumentos de pesquisa
Índices.
Notas de publicação
Referência bibliográficaTrês Séculos no Mar, Dicionário da Linguagem de Marinha Antiga e Actual.