BRIGUE "TEJO"
Informação não tratada arquivisticamente.
Nível de descrição
Secção
Código de referência
PT/BCM-AH/NA /033
Tipo de título
Atribuído
Título
BRIGUE "TEJO"
Datas de produção
1820
a
1851
Dimensão e suporte
35 u.i. (35 livros); papel.
Produtor
Brigue "Tejo".
História administrativa/biográfica/familiar
O brigue "Tejo" de 20 peças foi construído no Arsenal da Marinha por António Joaquim de Oliveira, e lançado à água pelas 9 horas de 13 de Maio de 1818. Também aparece como navio de 24 peças. Deslocou 233 toneladas. As suas prinicpais características eram: comprimento - 25.9 m, boca - 7.93 m, pontal - 7.32 m; lotação - 154.O Comandante Cardoso, em 1835, infomou : «O brigue é sem dúvida uma das melhores embarcações que tem a Nação; muito bom de barlavento, contando 6 6.5 nós de bolina; com vento de perpendicular conta 9 a 10 nós. Está mal alastrado, o que ocasiona um jogar despropositado».Desde 1818 até 1821, cruzou diversas vezes na costa, deu comboio até altura de Cabo Verde; perseguiu dois corsários; salvou a guarnição e parte da tripulação de uma escuna francesa que se afundou um pouco abaixo da Torre Velha; desempenhou comissões aos Açores; navegou nas águas da ilha da Madeira. Armou em Junho de 1826. Depois, em Agosto de 1826, estacionou na Madeira à ordem do respectivo Governador. Em Outubro de 1827, saiu de Lisboa para Plymouth com a fragata "Pérola" a fim de conduzir a Lisboa o Infante D. Miguel. Em Março de 1828, partiu para a Estação Naval de Angola, deu comboio à charrua "Princesa da Beira", e navios de comércio. Em Angola o brigue efectuou várias comissões. Regressou ao Tejo em Julho de 1832. Em Setembro de 1832, saiu incluído na Esquadra do Chefe de Esquadra João Félix Pereira de Campos, para o norte. Entrou em Vigo. Saiu a 10 de Outubro para Lisboa, bateu-se no dia seguinte com a Esquadra Liberal e entrou o Tejo a 14, e toda a Esquadra Miguelista. Em Julho de 1833, largou para o Algarve incluído na Esquadra Miguelista do Chefe de Esquadra António Correia Manuel Torres e Aboim. Mais tarde, em 1835, conduziu um destacamento do batalhão de caçadores 5. O Coronel de Caçadores 5, Baltazar de Almeida Pimentel, conduziu a Espada de Sua Majestade Imperial o Duque de Bragança, para o Porto. Em 1836, o brigue efectuou uma comissão ao Porto, um cruzeiro no Algarve e largou para Cabo Verde com escala pela Madeira; conduziu tropa de Lisboa para a Madeira e para o Porto; vigiou, na costa do Algarve, os movimentos pouco prováveis dos partidários de D. Miguel. Em 19 de Setembro de 1837, levou a Viana as autoridades militares e civis, e parte do batalhão da guarda nacional d'aquela vila. Em Junho de 1838, conduziu o Governador Militar Brigadeiro Luís de Moura Furtado e outros passageiros aos Açores. Em Agosto de 1839, largou do Funchal para S. Tomé, conduziu o Governador-geral das ilhas de S. Tomé e Príncipe. Em 1840, partiu de S. Tomé para Angola; nas águas de Luanda apreendeu um patacho negreiro português "Nereide" que foi julgado boa presa. Em 1841, saiu de Luanda para a metrópole, com escala em S. Tomé. Em 1843 partiu para Macau com escala por Cabo Verde e Brasil, conduzindo o Governador de Macau. Em 23 de Janeiro de 1845, regressou a Lisboa.Em Dezembro de 1845, largou para Moçambique como navio-chefe das forças ali estacionadas, a fim de obstar ao tráfico da escravatura. Desde 1846 até 1847 o brigue "Tejo" saiu a cruzar ,por várias vezes, na costa de Moçambique. Em Agosto de 1848, largou para Goa a fim de receber fabricos. Em de Abril de 1849, partiu de Goa para Moçambique. Em Setembro de 1851, saiu de Moçambique para Goa. Em 22 de Outubro de 1851, recebeu ordem para desarmar. Em 1852, foi transformado em barcaça de querenas.
História custodial e arquivística
Apesar da Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar ter sido criada pelo Alvará de 28 de Julho de 1736, as origens do Arquivo remontam apenas ao ano de 1843, quando o Decreto de 15 de Fevereiro reorganiza a referida Secretaria de Estado, estabelecendo no seu art.º 11º, um arquivo a cargo de oficial ou amanuense. Porém, as reformas frequentes que, a partir do constitucionalismo remodelaram o Ministério, a incorporação de fundos na Biblioteca Nacional (1897), a desanexação do Ministério das Colónias levou a que a documentação de alguns dos fundos da Marinha tivesse ficado dispersa em diferentes organismos, nomeadamente no Arquivo Histórico Ultramarino (originalmente chamado Arquivo Histórico Colonial), e só na década de sessenta do século XX (após a criação do Arquivo Geral da Marinha), se conseguiu que parte dela voltasse à Marinha, onde foi incorporada no seu Arquivo Histórico.O Decreto-lei n.º 42840, de 10 de Fevereiro de 1960, o Arquivo Geral da Marinha, que substituiu o antigo Arquivo da Marinha. Pelo artigo 3º do referido Decreto-lei, o Arquivo Geral da Marinha é constituído por um Arquivo Central, um Arquivo Histórico, uma Biblioteca e uma secretaria, dispondo de um conselho administrativo. O Decreto-Lei n.º 49/93, de 26/02, aprova a nova Lei Orgânica da Marinha (LOMAR) e altera a estrutura existente. O Decreto Regulamentar nº 35/94, de 01/09 define as competências e Organização dos Órgãos da Marinha de Natureza Cultural, passa o Arquivo Central da Marinha para a dependência orgânica da Biblioteca Central da Marinha, incluindo um Arquivo Central e um Arquivo Histórico) e a Declaração de Retificação nº 213/94, de 30/11 (Marinha) retifica o Dec. Reg. Nº 35/94, extinguindo o Arquivo Geral da Marinha.Por sua vez, A Lei Orgânica da Marinha publicada em 2009 (Decreto-lei 233/2009, de 14 de Setembro) coloca o Arquivo Central na dependência da Superintendência dos Serviços de Tecnologias da Informação, com a denominação de Centro de Documentação, Informação e Arquivo Central da Marinha, continuando o Arquivo Histórico na dependência da Biblioteca Central da Marinha.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Transferência.
Âmbito e conteúdo
Constituido por documentação produzida pelo navio no cumprimento das suas missões, nomeadamente o: Livro de Registo de Quartos, onde consta o registo de quaisquer elementos que interessem à navegação que vai decorrendo, tais como - rumos, milhas andadas por hora, condições de tempo, faróis, navios ou terra à vista, etc, elaborado pelo oficial de quarto; Diário Náutico, onde consta o registo de tudo quanto interessa à navegação, como - rumos, caminhos percorridos, terras ou faróis avistados ou à vista, estado do tempo, temperaturas, pressões barométricas e todas as ocorrências passadas, tanto a bordo como no mar, à vista do navio, elaborado pelo oficial de quarto.
Ingressos adicionais
Fundo fechado.
Sistema de organização
Ordenação cronológica, por séries.
Condições de acesso
Acessível.
Idioma e escrita
Português.
Instrumentos de pesquisa
Índices.
Notas de publicação
Referência bibliográficaTrês Séculos no Mar, Dicionário da Linguagem de Marinha Antiga e Actual.