BRIGUE "VILA FLOR"

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BRIGUE "VILA FLOR"

Detalhes do registo

Informação não tratada arquivisticamente.

Nível de descrição

Secção   Secção

Código de referência

PT/BCM-AH/NA /034

Tipo de título

Atribuído

Título

BRIGUE "VILA FLOR"

Datas de produção

1835  a  1864 

Dimensão e suporte

25 u.i. (23 livros, 1 capa com 2 cadernos); papel.

Extensões

23 Livros
1 Capa

Produtor

Brigue "Vila Flor" e corveta "Damão".

História administrativa/biográfica/familiar

O bergantim "Vila Flor" de 16 peças foi construido em Teca por Jadó Simogi, foi lançado à água em Damão em 29 de Setembro de 1825. Denominou-se "D. Estevam de Ataíde" e, em 1831, passou a ser "Conde de Vila Flor" ou simplesmente "Vila Flor". As suas principais características eram: comprimento - 26.82 m; boca - 7.32 m; pontal - 7 m. Navegou primeiro entre a Índia e Moçambique. O Capitão-general de Moçambique a fim de conseguir meios para o armar em guerra, fretou-o a um negociante para uma viagem ao Brasil. Quando chegou ao Rio de Janeiro, o Conde de Sabugal (encarregado de negócios) e o Cônsul-geral de Portugal reclamaram o navio por parte de D. Maria da Glória. Atendeu-se a reclamação e o Conde nomeou seu Comandante o Primeiro-tenente Fernado José de Santa Rita. O Comandante adiantou os fundos necessários para o armamento do navio. Em 1831 largou do Rio de Janeiro para Terceira. Foi ali incorporado nas forças navais liberais. Em Março de 1832, largou da Terceira a fim de bloquear a Madeira com uma força naval sob comando de Startorius. O bloqueio terminou em Maio pela retirada das tropas de ocupação de Porto Santo em transportes comboiados pelo brigue " Vila Flor". Em Junho de 1832, largou de Ponta Delgada incluído na grande expedição liberal para Portugal. O navio entrou a barra do Douro na noite de 10 para 11 de Julho, sem nada sofrer. Em 18 de Julho de 1832, largou para o bloqueio do Tejo incluído na Esquadra de Startorius. Em 22 de Agosto saiu novamente para o bloqueio de Lisboa a Esquadra Liberal que incluia o brigue " Vila Flor". Em 11 de Outubro tomou parte no combate contra os miguelistas. Pelas 11.30 horas da noite de 6 de Dezembro de 1832, saíram do Douro debaixo de fogo das baterias miguelistas uma corveta e os brigues " Mindelo" e "Conde Vila Flor" que recebeu uma bala no pau da bujarrona. Em Junho de 1833, largou do Porto para o Algarve incluído na esquadra do Vice-almirante Charles Napier que transportou 2500 homens de desembarque. Em 24, efectuou-se o desembarque na praia da Alagoa, perto de Cacela, com fraca oposição. Tomou parte no combante de 5 de Julho contra a Esquadra Miguelista ao mar do cabo de S. Vicente. O navio recebeu a condecoração da ordem da Torre e Espada pelo seu porte durante aquela acção. Em Agosto de 1833, entrou, de Lagos, em 4 dias, com 100 homens de guarnição. Em 1 de Janeiro de 1834 largou para a costa. Regressou a 3 com água aberta. Em 1834, cruzou na costa, navegou na Figueira da Foz, e efectuou uma comissão a Sines. Em 1835 levantou ferro para o Brasil. Em 1839, saiu para Cabo Verde e Moçambique. O navio passou a servir na Estação Naval de Moçambique. Em Novembro de 1840, regressou à metrópole. Em 1842, largou para os Açores como correio marítimo e navegou nas águas dos Açores a fim de reprimir o contrabando. Em Setembro de 1843 largou para Moçambique a fim de ser utilizado, integrado na Estação Naval, na repressão do tráfico de escravatura. Em Março de 1844 saiu para Quelimane e Lourenço Marques, mais tarde, em Agosto desse ano, partiu para Goa. Em 1845, navegou nas águas de Moçambique, cruzou no canal de Moçambique, largou para Pemba com escala pelo Ibo; perto da Baía do Pemba apreendeu três pangaios; efectou várias expedições em Pemba, Pangane e ilha de Macalos a fim de reprimir o tráfico de escravatura. Em Setembro de 1846, largou para Goa a fim de fabricar. Terminado os fabricos largou para Moçambique. Em Julho de 1847, efectuou comissão em Angoche. O brigue recolheu a Moçambique a 28 de Agosto. Em Outubro de 1847, largou de Moçambique para o reino. Em Fevereiro de 1848 recebeu fabricos. Em 20 de Setembro de 1848, largou para Pernambuco, a fim de proteger os portugueses por se temerem tumultos durante as eleições no dia 20. No brigue "Vila Flor" refugiaram-se 350 pessoas. O brigue partiu, possívelmente, depois de 15 de Maio de 1849, integrado numa expedição colonizadora de Moçamedes que partiu do Brasil. Em Novembro de 1854, largou para servir na Estação Naval de Angola. Em Abril de 1855, largou para o norte de Angola com a missão de convencer, por meios pacíficos, os indígenas a receber o nosso domínio positivo sobre o Ambriz, Cabinda e Molembo. A missão foi mal sucedida. Em 22 de Novembro de 1855, foi assinado a bordo um tratado com vários sobas da região. O brigue voltou a Luanda a 2 de Janeiro. Desde 1856 até 1857, largou para cruzeiro no sul, e para o Ambriz por 2 vezes e largou para cruzeiro no norte tendo visitado o Ambriz, Zaire e Cabinda; recebeu ali 101 praças da campanha de Cambambene e entrou em Luanda no primeiro de Abril; cruzou para o norte; conduziu tropa para Benguela; e impediu por todos os meios ao seu alcance o embarque de colonos em navios franceses; conduziu para o sul passageiros e correspondência; tocou em Moçâmedes, Benguela e Lobito. Em 1858, entrou em Luanda, tocou no Ambriz, Cabinda e Zaire, desempenhou missão secreta em Moçambique, e efectuou a exploração hidrográfica da barra e rio Luabo. Em 1859, saiu para Angoche.Em Janeiro de 1860, partiu para Goa a fim de fabricar. Não chegou a receber os fabricos. Em 7 de Outubro de 1862, fundeou em frente do Arsenal de Goa, e o seu material foi entregue. Foi destinado a servir de pontão.

História custodial e arquivística

Apesar da Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar ter sido criada pelo Alvará de 28 de Julho de 1736, as origens do Arquivo remontam apenas ao ano de 1843, quando o Decreto de 15 de Fevereiro reorganiza a referida Secretaria de Estado, estabelecendo no seu art.º 11º, um arquivo a cargo de oficial ou amanuense. Porém, as reformas frequentes que, a partir do constitucionalismo remodelaram o Ministério, a incorporação de fundos na Biblioteca Nacional (1897), a desanexação do Ministério das Colónias levou a que a documentação de alguns dos fundos da Marinha tivesse ficado dispersa em diferentes organismos, nomeadamente no Arquivo Histórico Ultramarino (originalmente chamado Arquivo Histórico Colonial), e só na década de sessenta do século XX (após a criação do Arquivo Geral da Marinha), se conseguiu que parte dela voltasse à Marinha, onde foi incorporada no seu Arquivo Histórico.O Decreto-lei n.º 42840, de 10 de Fevereiro de 1960, o Arquivo Geral da Marinha, que substituiu o antigo Arquivo da Marinha. Pelo artigo 3º do referido Decreto-lei, o Arquivo Geral da Marinha é constituído por um Arquivo Central, um Arquivo Histórico, uma Biblioteca e uma secretaria, dispondo de um conselho administrativo. O Decreto-Lei n.º 49/93, de 26/02, aprova a nova Lei Orgânica da Marinha (LOMAR) e altera a estrutura existente. O Decreto Regulamentar nº 35/94, de 01/09 define as competências e Organização dos Órgãos da Marinha de Natureza Cultural, passa o Arquivo Central da Marinha para a dependência orgânica da Biblioteca Central da Marinha, incluindo um Arquivo Central e um Arquivo Histórico) e a Declaração de Retificação nº 213/94, de 30/11 (Marinha) retifica o Dec. Reg. Nº 35/94, extinguindo o Arquivo Geral da Marinha.Por sua vez, A Lei Orgânica da Marinha publicada em 2009 (Decreto-lei 233/2009, de 14 de Setembro) coloca o Arquivo Central na dependência da Superintendência dos Serviços de Tecnologias da Informação, com a denominação de Centro de Documentação, Informação e Arquivo Central da Marinha, continuando o Arquivo Histórico na dependência da Biblioteca Central da Marinha.

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Transferência.

Âmbito e conteúdo

Constituido por documentação produzida pelo navio no cumprimento das suas missões, nomeadamente o: Caderno de Observações Metereológicas, onde consta o registo das observações metereológicas; Caderno de Visita à Enfermaria, onde consta o registo dos nomes dos doentes recebidos na enfermaria, moléstias, remédios e prescrições; Livro de Registo de Partes - Mapas de Estado Actual da Guarnição, onde constam os mapas do estado actual da guarnição que identifica o navio, o comandante, as classes de oficiais e o número de elementos por classe, o Corpo de Marinheiros e a respectiva situação: prontos, destacados, licenciados, ausentes, doentes e presos; Livro de Registo de Quartos, onde consta o registo de quaisquer elementos que interessem à navegação que vai decorrendo, tais como - rumos, milhas andadas por hora, condições de tempo, faróis, navios ou terra à vista, etc, elaborado pelo oficial de quarto.

Ingressos adicionais

Fundo fechado.

Sistema de organização

Ordenação cronológica, por séries.

Condições de acesso

Acessível.

Idioma e escrita

Português.

Instrumentos de pesquisa

Índices.

Notas de publicação

Referência bibliográficaTrês Séculos no Mar, Dicionário da Linguagem de Marinha Antiga e Actual.