BRIGUE "MONDEGO"

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BRIGUE "MONDEGO"

Detalhes do registo

Informação não tratada arquivisticamente.

Nível de descrição

Secção   Secção

Código de referência

PT/BCM-AH/NA /028

Tipo de título

Atribuído

Título

BRIGUE "MONDEGO"

Datas de produção

1845  a  1857 

Dimensão e suporte

14 livros; papel.

Produtor

Brigue "Mondego".

História administrativa/biográfica/familiar

O brigue, de 20 peças, foi construído no Arsenal da Marinha pelo construtor Joaquim Jesuíno da Costa e lançado à água em 28 de Outubro de 1844. A quilha foi posta em 4 de Abril do mesmo ano. Também aparece como navio de 14 peças. A lotação era de 130 homens. O Comandante Cardoso, em 1945, informou que o navio era bom de bolina ainda que pouco aguentador, talvez motivado pela grave falta de sua boca; com brisa muito forte, na linha de bolina, dava, sem afronta, oito nós largos.Em 1845, largou para Angola a fim de servir na Estação Naval da Costa Ocidental d'África para repressão do tráfico de escravos. Em 1849, partiu de Luanda para Lisboa. No ano seguinte, largou para Timor e conduziu Lopes de Lima o Presidente da Comissão encarregada de negociar os limites de Timor. Em 1851, parte da guarnição do brigue desembarcou (35 praças) por ordem de Lopes Lima, destacou, em serviço da Armada, a fim de animar a colonização portuguesa nestas ilhas; largou para Laga; deu fundo em Dalbutidana onde venceu numa luta renhida com piratas macassares. Mais tarde, o navio voltou a Dalbutiana incendiado a povoação. Em Maio de 1852, saíu a cruzar e deu fundo na Taipa. Em Julho de 1852 largou para Timor, conduziu o novo Governador Capitão D. Manuel de Saldanha da Gama. Em Setembro do mesmo ano, embarcou sob prisão, Lopes de Lima, devido as negociações com os holandeses terem sido conduzidas de modo que Portugal perdeu todas as ilhas situadas ao norte de Timor. Desde 1855, passou a servir na Estação Naval de Macau. Em Outubro de 1856, largou para Hong-Kong com o Governador de Macau. Em Julho do ano seguinte, saiu em cruzeiro para a costa da China e, em Maio, visitou vários portos da China. Em Janeiro de 1859, largou para Sião e conduziu o Governador de Macau. Em Dezembro do mesmo ano, partiu de Macau com destino a Lisboa. Reparou em Singapura, tendo o construtor naval assegurado que o navio podia empreender sem receio a sua viagem para a Europa. Partiu em 20 de Dezembro desse ano. Durante a travessia o navio sofreu graves avarias conservando-se à tona com grandes dificuldades. Tendo avistado a galera americana "Uriel", de Boston, pediu socorro. Da galera prontificaram-se a recolher o pessoal, com extrema dificuldade, em consequência do grande mar. Durante a faina de salvamento, o Mondego afundou-se com os seus 40 tripulantes. O total de sobreviventes foi de 66 e o de falecidos 44. Os náufragos do Mondego chegaram a Lisboa em 26 de Abril de 1860.

História custodial e arquivística

Apesar da Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar ter sido criada pelo Alvará de 28 de Julho de 1736, as origens do Arquivo remontam apenas ao ano de 1843, quando o Decreto de 15 de Fevereiro reorganiza a referida Secretaria de Estado, estabelecendo no seu art.º 11º, um arquivo a cargo de oficial ou amanuense. Porém, as reformas frequentes que, a partir do constitucionalismo remodelaram o Ministério, a incorporação de fundos na Biblioteca Nacional (1897), a desanexação do Ministério das Colónias levou a que a documentação de alguns dos fundos da Marinha tivesse ficado dispersa em diferentes organismos, nomeadamente no Arquivo Histórico Ultramarino (originalmente chamado Arquivo Histórico Colonial), e só na década de sessenta do século XX (após a criação do Arquivo Geral da Marinha), se conseguiu que parte dela voltasse à Marinha, onde foi incorporada no seu Arquivo Histórico.O Decreto-lei n.º 42840, de 10 de Fevereiro de 1960, o Arquivo Geral da Marinha, que substituiu o antigo Arquivo da Marinha. Pelo artigo 3º do referido Decreto-lei, o Arquivo Geral da Marinha é constituído por um Arquivo Central, um Arquivo Histórico, uma Biblioteca e uma secretaria, dispondo de um conselho administrativo. O Decreto-Lei n.º 49/93, de 26/02, aprova a nova Lei Orgânica da Marinha (LOMAR) e altera a estrutura existente. O Decreto Regulamentar nº 35/94, de 01/09 define as competências e Organização dos Órgãos da Marinha de Natureza Cultural, passa o Arquivo Central da Marinha para a dependência orgânica da Biblioteca Central da Marinha, incluindo um Arquivo Central e um Arquivo Histórico) e a Declaração de Retificação nº 213/94, de 30/11 (Marinha) retifica o Dec. Reg. Nº 35/94, extinguindo o Arquivo Geral da Marinha.Por sua vez, A Lei Orgânica da Marinha publicada em 2009 (Decreto-lei 233/2009, de 14 de Setembro) coloca o Arquivo Central na dependência da Superintendência dos Serviços de Tecnologias da Informação, com a denominação de Centro de Documentação, Informação e Arquivo Central da Marinha, continuando o Arquivo Histórico na dependência da Biblioteca Central da Marinha.

Fonte imediata de aquisição ou transferência

Transferência.

Âmbito e conteúdo

Constituido por documentação produzida pelo navio no cumprimento das suas missões, nomeadamente o: Caderno de Registo de Visita à Enfermaria, onde estão registados os doentes recebidos na enfermaria, moléstias, remédios e prescrições; Diário Náutico, onde consta o registo de tudo quanto interessa à navegação, como - rumos, caminhos percorridos, terras ou faróis avistados ou à vista, estado do tempo, temperaturas, pressões barométricas e todas as ocorrências passadas, tanto a bordo como no mar, à vista do navio, elaborado pelo oficial de quarto; Livro de Registo de Observações Metereológicas, livro onde estão registadas as observações meteorológicas; Livro de Registo de Ordens, onde estão registadas as Ordens; Livro de Registo de Quartos, onde consta o registo de quaisquer elementos que interessem à navegação que vai decorrendo, tais como - rumos, milhas andadas por hora, condições de tempo, faróis, navios ou terra à vista, etc, elaborado pelo oficial de quarto; e o relatório elaborado por José António Maia, cirurgião, desde 25 de Novembro de 1855 até 10 de Outubro de 1856.

Ingressos adicionais

Fundo fechado.

Sistema de organização

Ordenação cronológica, por séries.

Condições de acesso

Acessível.

Condições de reprodução

Constantes no Regulamento Interno que prevê algumas restrições tendo em conta o tipo de documentos, o seu estado de conservação ou o fim a que se destina a reprodução.

Idioma e escrita

Português.

Instrumentos de pesquisa

Índices.

Unidades de descrição relacionadas

Documentação avulsa: caixa 471 ( documentação de 1835-1860 ); Livro de Registo de Ofícios e Ordens para os Brigues Mondego e D. Pedro ( Nº Arquivo 626 ) de 1845-1859.

Notas de publicação

Referência bibliográficaTrês Séculos no Mar, Dicionário da Linguagem de Marinha Antiga e Actual.