CORVETA "D. JOÃO I"
Informação não tratada arquivisticamente.
Nível de descrição
Secção
Código de referência
PT/BCM-AH/NA /058
Tipo de título
Atribuído
Título
CORVETA "D. JOÃO I"
Datas de produção
1835
a
1874
Dimensão e suporte
57 livros; papel.
Produtor
Corveta "D. João I".
História administrativa/biográfica/familiar
Foi construída em Damão, em teca, por Jadó Simogi, pelo risco da corveta "Infante D. Miguel", aproveitando os materiais do desmancho desta corveta e lançada ao mar em 9 de Outubro de 1828. Tinha boas qualidades náuticas.As suas principais características eram: comprimento fora a fora - 45.54 m, boca - 10.56 m, pontal - 6.27 m, calado a vante - 6027 m; tonelagem - 516 toneladas; armamento - 2 peças de bronze de calibre 18, 1 peça de bronze de calibre 3, 16 caronadas de ferro de calibre 32; armamento portátil - 60 espingardas de fuzil, 20 pistolas de fuzil, 4 bacamartes de canos de bronze, 45 espadas e respectivos cinturões, 60 baionetas e respectivos cinturões, 20 chuços, 90 cartucheiras de cinto; lotação em 1842 - 161 homens. O navio entrou em Goa a 28 de Novembro de 1828. Em 1830, largou de Goa para Lisboa, conduzindo o ex-Governador de Macau. Em 1831, a corveta foi tomada pelo governo francês ao mando do Almirante Roussin, sendo resgatada em 1834. Nesse ano, largou para Sardenha, com uma missão diplomática a favor do Governo Liberal. Em 1836, navegou para os Açores com carta de prego. Em 1839, saiu para cruzeiro nas ilhas. Em 1840, levantou ferro do Funchal para o Maranhão, com a missão de proteger os portugueses ali residentes. Em 1840, saiu para o Algarve para conduzir o Batalhão de Infantaria 8. Em 1841, largou para os Açores, com a missão principal de reprimir o contrabando. Do Faial partiu para o Rio de Janeiro, em Outubro de 1841, o objectivo era reforçar a Estação Naval Portuguesa na América do Sul. Em 1842, saiu para a Estação Naval de América do Sul, no intuito de proteger os interesses de Portugal naquelas terras. Em 1847, levantou ferro para a Madeira e Açores, para apoiar as novas autoridades nomeadas pela Rainha após a assinatura da Convenção de Gramido. Em 1849, largou para o Brasil, conduzindo o ministro plenipotenciário de Sua Majestade à Corte do Rio de Janeiro e sua família. Em 1850, largou do Rio de Janeiro para Macau, conduzindo o novo Governador Capitão-de-mar-e-guerra Pedro Alexandrino da Cunha. Em Janeiro de 1851, a "D. João I" largou de Macau para Hong-Kong, conduzindo o novo Governador, Capitão-de-mar-e-guerra Francisco António Gonçalves Cardoso. Em 1852, partiu integrada no séquito naval da Duquesa de Bragança, à ilha da Madeira. No ano seguinte, levantou ferro para Macau com escala pelo Cabo da Boa Esperança e Timor. Em 1854, conduzindo o Governador da província e o ministro plenipotenciário francês, largou de Macau para Ning-Pó, fazendo escala por Hong-kong e Amoy. Em Julho de 1854 a corveta travou combate com os piratas chineses com completo êxito. Em 1860, o navio preparou-se para desempenhar uma missão importante - conduzir a seu bordo o Capitão-de-mar-e-guerra Isidoro Francisco Guimarães, Governador de Macau, ao Japão, a negociar um tratado de paz, amizade e comércio com os japoneses. Em 1861, largou em segunda viagem ao Japão, com escala por Xangai, para se proceder ali à ractificação do tratado do comércio luso-japonês. Devido ao mau tempo não chegou ao seu destino. Em 1864, partiu do Tejo conduzindo guarnições para canhoneira "Maria Ana" e a escuna "Barão de Lazarim" navios que se encontravam em Moçambique. Em 1865, realizou uma viagem de instrução aos arquipélagos dos Açores e Madeira. Em 1866, saiu para a Estação Naval de Angola, conduzindo o Governador-geral de Angola. Em 1869, largou a fim de reforçar a Estação Naval de Macau, durante a travessia o navio sofreu uma violenta tempestade que apenas o seu Comandante Tomás Andreia evitou o pior. Em 1871, realizou um cruzeiro nos Açores, com a missão de evitar a emigração clandestina. Em 1872, largou, por duas vezes, de Lisboa para a viagem de instrução e cruzeiro nos Açores. Em 1873, efectou um cruzeiro na costa de Angola. Por Portaria de 30 de Abril de 1874 passou ao estado de desarmamento. Em 10 de Dezembro de 1877, a corveta servia de depósito de pessoal da Estação Naval de Angola. Em 1892 ainda existia encalhada na ilha de Luanda, mas já sem mastreação.
História custodial e arquivística
Apesar da Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar ter sido criada pelo Alvará de 28 de Julho de 1736, as origens do Arquivo remontam apenas ao ano de 1843, quando o Decreto de 15 de Fevereiro reorganiza a referida Secretaria de Estado, estabelecendo no seu art.º 11º, um arquivo a cargo de oficial ou amanuense. Porém, as reformas frequentes que, a partir do constitucionalismo remodelaram o Ministério, a incorporação de fundos na Biblioteca Nacional (1897), a desanexação do Ministério das Colónias levou a que a documentação de alguns dos fundos da Marinha tivesse ficado dispersa em diferentes organismos, nomeadamente no Arquivo Histórico Ultramarino (originalmente chamado Arquivo Histórico Colonial), e só na década de sessenta do século XX (após a criação do Arquivo Geral da Marinha), se conseguiu que parte dela voltasse à Marinha, onde foi incorporada no seu Arquivo Histórico.O Decreto-lei n.º 42840, de 10 de Fevereiro de 1960, o Arquivo Geral da Marinha, que substituiu o antigo Arquivo da Marinha. Pelo artigo 3º do referido Decreto-lei, o Arquivo Geral da Marinha é constituído por um Arquivo Central, um Arquivo Histórico, uma Biblioteca e uma secretaria, dispondo de um conselho administrativo. O Decreto-Lei n.º 49/93, de 26/02, aprova a nova Lei Orgânica da Marinha (LOMAR) e altera a estrutura existente. O Decreto Regulamentar nº 35/94, de 01/09 define as competências e Organização dos Órgãos da Marinha de Natureza Cultural, passa o Arquivo Central da Marinha para a dependência orgânica da Biblioteca Central da Marinha, incluindo um Arquivo Central e um Arquivo Histórico) e a Declaração de Retificação nº 213/94, de 30/11 (Marinha) retifica o Dec. Reg. Nº 35/94, extinguindo o Arquivo Geral da Marinha.Por sua vez, A Lei Orgânica da Marinha publicada em 2009 (Decreto-lei 233/2009, de 14 de Setembro) coloca o Arquivo Central na dependência da Superintendência dos Serviços de Tecnologias da Informação, com a denominação de Centro de Documentação, Informação e Arquivo Central da Marinha, continuando o Arquivo Histórico na dependência da Biblioteca Central da Marinha.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Transferência.
Âmbito e conteúdo
Constituido por documentação produzida pelo navio no cumprimento das suas missões, nomeadamente o: Livro de Registo de Derrotas, em que os Guarda-Marinhas, Aspirantes e Cadetes escrituram a navegação que, dia a dia, vão fazendo nas suas viagens de instrução; Livro de Registo de Ofícios Expedidos; Livro de Registo de Ofícios Recebidos; Livro de Registo de Ordens Gerais; Livro de Registo de Partes - Mapas do Estado Actual da Guarnição, onde constam os mapas do estado actual da guarnição que identifica o navio, o comandante, as classes de oficiais e o número de elementos por classe, o Corpo de Marinheiros e a respectiva situação: prontos, destacados, licenciados, ausentes, doentes e presos; e o Livro de Registo de Quartos, onde são registados quaisquer elementos que interessem à navegação que vai decorrendo, tais como - rumos, milhas andadas por hora, condições de tempo, faróis, navios ou terra à vista, etc, elaborado pelo oficial de quarto.
Ingressos adicionais
Fundo fechado.
Sistema de organização
Ordenação cronológica, por séries.
Condições de acesso
Acessível.
Condições de reprodução
Constantes no Regulamento Interno que prevê algumas restrições tendo em conta o tipo de documentos, o seu estado de conservação ou o fim a que se destina a reprodução.
Idioma e escrita
Português.
Instrumentos de pesquisa
Índices.
Notas de publicação
Referência bibliográficaTrês Séculos no Mar, Dicionário da Linguagem de Marinha Antiga e Actual.