CORVETA "GOA"
Informação não tratada arquivisticamente.
Nível de descrição
Secção
Código de referência
PT/BCM-AH/NA /063
Tipo de título
Atribuído
Título
CORVETA "GOA"
Datas de produção
1851
a
1867
Dimensão e suporte
15 livros e 6 cadernos; papel.
Produtor
Corveta "Goa".
História administrativa/biográfica/familiar
Foi construida no estaleiro de Malim, em Goa. O navio era todo de teca e feito pelo risco da corveta "Elisa", embora se dissesse que, afinal, com ela nada se parecia. Foi lançada à água em Janeiro de 1851, na presença do Governador José Ferreira Pestana. Era um navio regular de vela que, sem ser pouco aguentador, nem fraco de borda, podia com a artilharia que montava.As suas principais características eram: comprimento total - 36.60 m; boca - 9.35 m; pontal - 4.88 m; armamento - 24 peças; lotação em 1865 - 156 homens. Em 1852, a corveta foi aprontada para seguir viagem rumo a Lisboa com escala por Moçambique, Moçâmedes, Luanda e Faial. Desempenhou várias comissões ao norte e a sul da costa de Angola, conduziu militares e material bélico para o Ambriz; desempenhou comissão no Zaire; desempenhou comissão na Madeira e nos Açores; conduziu passageiros ilustres para S. Tomé e Príncipe, Bissau, Cabo Verde, Timor e transportou os presos da revolta militar que rebentara em Dili. Por Portaria, de 26 de Fevereiro de 1873, foi mandada converter em depósito flutuante de carvão.
História custodial e arquivística
Apesar da Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar ter sido criada pelo Alvará de 28 de Julho de 1736, as origens do Arquivo remontam apenas ao ano de 1843, quando o Decreto de 15 de Fevereiro reorganiza a referida Secretaria de Estado, estabelecendo no seu art.º 11º, um arquivo a cargo de oficial ou amanuense. Porém, as reformas frequentes que, a partir do constitucionalismo remodelaram o Ministério, a incorporação de fundos na Biblioteca Nacional (1897), a desanexação do Ministério das Colónias levou a que a documentação de alguns dos fundos da Marinha tivesse ficado dispersa em diferentes organismos, nomeadamente no Arquivo Histórico Ultramarino (originalmente chamado Arquivo Histórico Colonial), e só na década de sessenta do século XX (após a criação do Arquivo Geral da Marinha), se conseguiu que parte dela voltasse à Marinha, onde foi incorporada no seu Arquivo Histórico.O Decreto-lei n.º 42840, de 10 de Fevereiro de 1960, o Arquivo Geral da Marinha, que substituiu o antigo Arquivo da Marinha. Pelo artigo 3º do referido Decreto-lei, o Arquivo Geral da Marinha é constituído por um Arquivo Central, um Arquivo Histórico, uma Biblioteca e uma secretaria, dispondo de um conselho administrativo. O Decreto-Lei n.º 49/93, de 26/02, aprova a nova Lei Orgânica da Marinha (LOMAR) e altera a estrutura existente. O Decreto Regulamentar nº 35/94, de 01/09 define as competências e Organização dos Órgãos da Marinha de Natureza Cultural, passa o Arquivo Central da Marinha para a dependência orgânica da Biblioteca Central da Marinha, incluindo um Arquivo Central e um Arquivo Histórico) e a Declaração de Retificação nº 213/94, de 30/11 (Marinha) retifica o Dec. Reg. Nº 35/94, extinguindo o Arquivo Geral da Marinha.Por sua vez, A Lei Orgânica da Marinha publicada em 2009 (Decreto-lei 233/2009, de 14 de Setembro) coloca o Arquivo Central na dependência da Superintendência dos Serviços de Tecnologias da Informação, com a denominação de Centro de Documentação, Informação e Arquivo Central da Marinha, continuando o Arquivo Histórico na dependência da Biblioteca Central da Marinha.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Transferência.
Âmbito e conteúdo
Constituido por documentação produzida pelo navio no cumprimento das suas missões, nomeadamente o: Diário da Navegação, livro onde o oficial de quarto regista tudo quanto interessa à navegação, como - rumos, caminhos percorridos, terras ou faróis avistados ou à vista, estado do tempo, temperaturas, pressões barométricas, e todas as ocorrências passadas, tanto a bordo como no mar, à vista do navio; Diário Náutico, onde consta o registo de tudo quanto interessa à navegação, como - rumos, caminhos percorridos, terras ou faróis avistados ou à vista, estado do tempo, temperaturas, pressões barométricas e todas as ocorrências passadas, tanto a bordo como no mar, à vista do navio, elaborado pelo oficial de quarto; Livro de Registo de Culpas e Castigos, livro onde estão registados os nomes dos militares, graduação, culpas e os castigos aplicados; Livro de Registo de Derrotas, em que os Guarda-marinhas, Aspirantes e Cadetes escrituram a navegação que, dia a dia, vão fazendo nas suas viagens de instrução; Livro de Registo de Partes - Mapas do Estado Actual da Guarnição, onde constam os mapas do estado actual da guarnição que identifica o navio, o comandante, as classes de oficiais e o número de elementos por classe, o Corpo de Marinheiros e a respectiva situação: prontos, destacados, licenciados, ausentes, doentes e presos; e o Livro de Registo de Quartos, onde consta o registo de quaisquer elementos que interessem à navegação que vai decorrendo, tais como - rumos, milhas andadas por hora, condições de tempo, faróis, navios ou terra à vista, etc, elaborado pelo oficial de quarto.
Ingressos adicionais
Fundo fechado.
Sistema de organização
Organização cronológica, por séries.
Condições de acesso
Acessível.
Condições de reprodução
Constantes no Regulamento Interno que prevê algumas restrições tendo em conta o tipo de documentos, o seu estado de conservação ou o fim a que se destina a reprodução.
Idioma e escrita
Português.
Instrumentos de pesquisa
Índices.
Notas de publicação
Referência bibliográficaTrês Séculos no Mar, Dicionário da Linguagem de Marinha Antiga e Actual.