BRIGUE "DOURO"
Informação não tratada arquivisticamente.
Nível de descrição
Secção
Código de referência
PT/BCM-AH/NA /026
Tipo de título
Atribuído
Título
BRIGUE "DOURO"
Datas de produção
1844
a
1851
Dimensão e suporte
10 livros e 1 caderno; papel.
Extensões
10 Livros
1 Outro
Produtor
Brigue "Douro".
História administrativa/biográfica/familiar
O brigue "Douro", de 20 peças, foi construído por Bernardino Joaquim de Azevedo e lançado à água em 23 de Outubro de 1843. Também aparece como brigue de 16 peças. Em 1844, o Comandante Caminha informou que o brigue era um navio com excelentes qualidades náuticas, mas de fraca construção. As suas principais características eram: comprimento de esquadria a esquadria - 30.48 m, boca na casa mestra - 8.53 m, pontal à borda - 6.1 m; lotação - 125 homens.Em 1844, largou do Porto para Lisboa. No mesmo ano, conduziu presos políticos para a Madeira e largou para Cabo Verde a fim de reprimir o tráfico de escravos, tendo sofrido avarias. Mais tarde, regressou à metrópole, na conserva do brigue "Vouga" e largou para repressão do contrabando no Algarve. Em 1845, navegou de Gibraltar para a Estação Naval de Cabo Verde, efectuou comissão em Bissau e S. Vicente, regressou à metrópole e largou, novamente, para a Estação Naval de Cabo Verde a fim de reprimir o tráfico de escravos. Em 1846, levou na sua conserva o brigue-escuna "Faro" da Guiné para Cabo Verde, efectou comissão à Brava e Fogo, regressou à metrópole, largou para o norte a fim de colaborar com as forças da Rainha que defendiam Viana e, posteriormente, saiu para a Madeira. Em 1847, saiu para o bloqueio do Porto. Mais tarde, regressou a Lisboa e, depois, largou para um cruzeiro de fiscalização no Algarve. Em 1848, largou para os Açores, cuja missão principal era evitar o contrabando no arquipélago e manter as comunicações entre as ilhas. Em Novembro de 1848, largou para o Brasil a fim de proteger vidas e bens portugueses ameaçados pelos tumultos de Pernambuco, tendo sofrido avarias na travessia. Em 1851, regressou à metrópole. Em 1857 foi vendido por inútil.
História custodial e arquivística
Apesar da Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Ultramar ter sido criada pelo Alvará de 28 de Julho de 1736, as origens do Arquivo remontam apenas ao ano de 1843, quando o Decreto de 15 de Fevereiro reorganiza a referida Secretaria de Estado, estabelecendo no seu art.º 11º, um arquivo a cargo de oficial ou amanuense. Porém, as reformas frequentes que, a partir do constitucionalismo remodelaram o Ministério, a incorporação de fundos na Biblioteca Nacional (1897), a desanexação do Ministério das Colónias levou a que a documentação de alguns dos fundos da Marinha tivesse ficado dispersa em diferentes organismos, nomeadamente no Arquivo Histórico Ultramarino (originalmente chamado Arquivo Histórico Colonial), e só na década de sessenta do século XX (após a criação do Arquivo Geral da Marinha), se conseguiu que parte dela voltasse à Marinha, onde foi incorporada no seu Arquivo Histórico.O Decreto-lei n.º 42840, de 10 de Fevereiro de 1960, o Arquivo Geral da Marinha, que substituiu o antigo Arquivo da Marinha. Pelo artigo 3º do referido Decreto-lei, o Arquivo Geral da Marinha é constituído por um Arquivo Central, um Arquivo Histórico, uma Biblioteca e uma secretaria, dispondo de um conselho administrativo. O Decreto-Lei n.º 49/93, de 26/02, aprova a nova Lei Orgânica da Marinha (LOMAR) e altera a estrutura existente. O Decreto Regulamentar nº 35/94, de 01/09 define as competências e Organização dos Órgãos da Marinha de Natureza Cultural, passa o Arquivo Central da Marinha para a dependência orgânica da Biblioteca Central da Marinha, incluindo um Arquivo Central e um Arquivo Histórico) e a Declaração de Retificação nº 213/94, de 30/11 (Marinha) retifica o Dec. Reg. Nº 35/94, extinguindo o Arquivo Geral da Marinha.Por sua vez, A Lei Orgânica da Marinha publicada em 2009 (Decreto-lei 233/2009, de 14 de Setembro) coloca o Arquivo Central na dependência da Superintendência dos Serviços de Tecnologias da Informação, com a denominação de Centro de Documentação, Informação e Arquivo Central da Marinha, continuando o Arquivo Histórico na dependência da Biblioteca Central da Marinha.
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Transferência.
Âmbito e conteúdo
Constituido por documentação produzida pelo navio no cumprimento das suas missões, nomeadamente o: caderno onde estão registados os nomes dos doentes recebidos na enfermaria, moléstias, remédios e prescrições; Diário Náutico, livro onde o Oficial de Quarto regista tudo quanto interessa à navegação, como - rumos, caminhos percorridos, terras ou faróis avistados ou à vista, estado do tempo, temperaturas, pressões barométricas e todas as ocorrências passadas, tanto a bordo como no mar, à vista do navio; Livro de Registo de Derrotas - Diário do Comandante, livro em que os Guarda-marinhas, Aspirantes e Cadetes escrituram a navegação que, dia a dia, vão fazendo nas suas viagens de instrução e o livro onde o Comandante regista a viagem para as ilhas de S. Miguel, Madeira e Cabo Verde e regresso pelas ilhas Brava, Faial, Terceira e S. Miguel; Livro de Registo de Quartos, onde consta o registo de quaisquer elementos que interessem à navegação que vai decorrendo, tais como - rumos, milhas andadas por hora, condições de tempo, faróis, navios ou terra à vista, etc, elaborado pelo oficial de quarto.
Ingressos adicionais
Fundo fechado
Sistema de organização
Organização cronológica, por séries.
Condições de acesso
Acessível.
Condições de reprodução
Constantes no Regulamento Interno que prevê algumas restrições tendo em conta o tipo de documentos, o seu estado de conservação ou o fim a que se destina a reprodução.
Idioma e escrita
Português.
Instrumentos de pesquisa
Índices.
Unidades de descrição relacionadas
Documentação avulsa do brigue "Douro": caixas 469 e 470 ( documentação de 1838 -1853 ); Livro de Registo de Ofícios e Ordens para o Brigue "Douro" ( Nº Arquivo 630) de 1844-1851.
Notas de publicação
Referência bibliográficaTrês Séculos no Mar, Dicionário da Linguagem de Marinha Antiga e Actual.